[Esta seção abordará tópicos gerais e técnicos sobre psicoterapia e depressão, como: benefícios da terapia, eficácia e tempo para tratamento.
Para informações sobre a psicologia da depressão e o tratamento psicológico, clique aqui]
Quando o assunto é depressão, duas coisas vêm à mente: antidepressivo e psicoterapia.
O antidepressivo você consegue no tratamento com o(a) psiquiatra. Esse profissional é um médico(a) capaz de prescrever medicamentos com o objetivo de reduzir os sintomas da depressão.
Já a psicoterapia é realizada no tratamento com um(a) psicólogo(a), que é o profissional responsável por te ajudar a compreender e modificar pensamentos, sentimentos e comportamentos que acabam alimentando a depressão. Justamente por isso, a psicoterapia é indicada para qualquer nível de depressão: leve, moderada ou severa.
Se a depressão fosse um corte, o psiquiatra iria te ajudar com um medicamento para dor e inflamação, e o psicólogo te ajudaria a compreender o que tem provocado esse corte e a evitar que esse corte continue acontecendo.
Psicoterapia – dúvidas gerais
Por que fazer terapia?
A psicoterapia conta com diversos benefícios úteis e importantes tanto para o tratamento da depressão quanto para a sua vida como um todo:
- Pense como seria a sua vida caso você conseguisse lidar com seu maior sofrimento (depressão, ansiedade, baixa autoestima, crença de incapacidade, pensamentos negativos etc.)
- É um tratamento tão bom ou melhor que antidepressivo para depressão, mas sem os efeitos colaterais.
- A compreensão e significado sobre seu jeito de perceber, pensar, agir e sentir ficará para sempre com você. É o conhecimento aprofundado sobre suas particularidades.
- Aquilo que você aprende e desenvolve na terapia – como autocompreensão, estratégias de enfrentamento, desenvolvimento de capacidades e formas mais saudáveis de pensar e agir – continuará sendo útil para você em outras situações, não apenas para um momento que passou.
- Ajuda a prevenir o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos (depressão, ansiedade generalizada, TOC etc.) e impede que eles fiquem mais graves.
- Aumenta a sua Qualidade de Vida, faz com que você consiga aproveitar até mesmo os pequenos momentos da vida.
- Te possibilita a ajudar as pessoas que são importantes para você. Dificilmente uma pessoa que está ferida e debilitada tem forças para erguer outras pessoas.
Qual é a importância e utilidade da psicoterapia?
O objetivo da psicoterapia é de te desenvolver e te capacitar para lidar com muitas dificuldades, sofrimentos e desafios que te impedem de continuar com a sua vida. É quando você precisa lidar com percepções distorcidas, pensamentos indesejados, sentimentos incompreendidos, e falta de sentido naquilo que você faz; quando as coisas ficam tão complexas que você não sabe o que fazer e nem por onde começar.
Para conseguir te ajudar a superar essas questões, a psicoterapia trabalha alguns aspectos, como:
Compreender a si mesmo(a) é mais do que se conhecer: se conhecer é saber que você age, pensa e sente de determinada forma; se compreender é saber o que está por trás daquilo que você faz, pensa e sente. Ainda, a autocompreensão é a identificação das suas verdadeiras necessidades, daquilo que te dá motivação em buscar aquilo que você quer.
Quando você está passando por muita coisa, tantos acontecimentos, sentimentos e pensamentos, você acaba não sabendo o que fazer primeiro ou quando fazer. Te falta estratégias para colocar em prática algumas compreensões que talvez você já tenha. Por isso, organizar as próprias ideias é: aprender a se colocar em ordem, identificar o que é seu e o que é do outro e saber qual caminho faz mais sentido para você.
A mudança de percepção, pensamento, sentimento e comportamento é o objetivo da maioria das pessoas. É quando você consegue ser de uma forma diferente (mais saudável e flexível) para conseguir lidar e superar seus desafios. A mudança é fruto do seu comprometimento com a psicoterapia, que é um investimento seu em si mesmo.
Como é o atendimento psicológico? O que acontece na picoterapia?
Apesar de cada psicólogo(a) ter seu jeito (personalidade, habilidade, abordagem psicológica), há muitas semelhanças nos atendimentos entre os diferentes profissionais da área.
No primeiro atendimento, o psicólogo(a) irá querer saber um pouco sobre você, principalmente o que fez você buscar a psicoterapia. Ele(a) também deverá querer saber:
- Se você já faz psicoterapia antes;
- Quais são seus objetivos e o que você espera conseguir com os atendimentos;
- Se você tem alguma condição psiquiátrica (depressão, ansiedade, TDAH etc.) e se toma algum medicamento;
- Que dúvidas você tem a respeito do processo psicoterapêutico.
Apesar deste primeiro atendimento ter o objetivo do psicólogo(a) conhecer você, o profissional também poderá te passar algumas considerações e atividades que já farão você começar a sentir progresso no processo terapêutico.
Ainda, algumas informações adicionais serão passadas para você, como: a forma que esse(a) psicólogo(a) trabalha, os dias e horário que serão os atendimentos, a questão do sigilo dos atendimentos, política de falta (caso o profissional tenha), forma de pagamento etc.
Nos próximos atendimentos, o psicólogo(a) continuará a conhecer sua queixa – a “questão” ou motivo que fez você procurar o atendimento.
Talvez você acredite que já disse tudo na primeira sessão, porém, uma história de vida é algo complexo e com diversos detalhes que precisam ser esclarecidos. É muito comum a pessoa procurar um(a) psicólogo(a) por um determinado motivo e, depois, esse motivo mudar – processo que é resultado de uma boa compreensão sobre os sentidos e propósitos do que é trazido no atendimento.
Ainda, durante esses atendimentos, mais considerações e atividades podem ser propostos para o desenvolvimento da terapia.
Uma vez esclarecido os objetivos, sua queixa e uma boa compreensão sobre sua história e seu modo de ser, os atendimentos seguirão uma linha mais contínua: te ajudar a tratar e lidar com a sua queixa e chegar aonde você quer chegar na sua perspectiva de vida.
Por fim, é importante que você saiba que não há necessidade de nervosismo antes dos atendimentos, porque um bom profissional te deixará muito à vontade e te ajudará durante todo o processo.
"Por que gastar dinheiro com psicólogo? Eu já tenho um(a) amigo(a) que dá ótimos conselhos!"
Algumas pessoas acreditam que um psicólogo(a) não é nada mais do que uma pessoa que ouve você falar sobre qualquer coisa e que dá bons conselhos – como se a psicoterapia fosse igual a uma conversa de bar entre bons amigos.
Essa visão, porém, é extremamente equivocada e simplista. É bem verdade que o psicólogo(a) é uma pessoa que escuta bastante e, por vezes, dá conselhos e orientações, mas esses são apenas alguns aspectos do trabalho desse profissional. Os pontos que diferenciam o psicólogo(a) são:
- A escuta do psicólogo(a) é uma escuta qualificada, atenta e que considera muitas características que uma pessoa comum nem sabe que existe, já que as pessoas em geral têm pouco conhecimento sobre a psicologia humana.
- Os conselhos e orientações do psicólogo(a) não são a opinião ou “achismo” do profissional, mas são colocações baseadas em estudos científicos e compreensões sobre o funcionamento psicológico de cada pessoa.
- O psicólogo(a) não vai julgar aquilo que você diz, faz, pensa e sente. Justamente porque o psicólogo(a) é um profissional e não uma pessoa do seu dia a dia, ele(a) não está preocupado em te julgar, mas sim em te compreender e utilizar o conhecimento dele(a) para te ajudar a alcançar seus objetivos.
- Já que o psicólogo(a) é um profissional que você confia, não te julga, te compreende e que tem conhecimento sobre psicologia, a psicoterapia passa a ser um lugar que você pode falar sobre qualquer assunto e se sentir confortável, até mesmo sobre aqueles “segredos” que você nunca contou para ninguém. Ou seja, a psicoterapia é uma oportunidade que você tem em lidar com questões íntimas que causam sofrimento e que deveriam ser acolhidas, compreendidas, organizadas e resolvidas.
- A psicologia é uma profissão regulamentada, ou seja, esse profissional deve seguir regras que garantem a qualidade e o sigilo do serviço. Assim, um psicólogo(a) não pode te expor ou revelar aquilo que você disse em uma sessão de psicoterapia para outras pessoas. Ainda, se houver qualquer fala ou atitude suspeita deste profissional, você pode denunciá-lo para o Conselho Federal de Psicologia (CFP).
O que fazer quando não se tem vontade de ir para a terapia?
Não é incomum pessoas relatarem que, às vezes, não querem comparecer à terapia. Isso acontece exatamente porque a psicoterapia é muito diferente de uma conversa normal. O processo terapêutico acaba exigindo mais de você: entrar em contato com certos temas e questões, sentir raiva, angústia, receios e medos acabam exigindo energia do corpo e da mente.
Contudo, tem duas perguntas que você deve se fazer:
- Vale mesmo a pena adiar seu cuidado consigo mesmo(a) em troca daquilo que você pretende fazer no lugar da terapia?
- Como foi a última vez que você não queria ir para a terapia, mas acabou indo? Valeu a pena?
A ideia não é “nunca faltar”, mas sempre se “compensa faltar”; será que faltando você terá mais benefícios do que se você for para a terapia?
É suficiente só ir à terapia? Como ter bons resultados?
Comparecer à terapia é um passo muito importante para ter “bons resultados”. Porém, assim como apenas ir ao nutricionista não garante que você irá emagrecer ou ir para a escola não garante que você irá aprender, o simples comparecimento à psicoterapia não significa que você terá ótimos resultados.
O resultado da terapia está na dedicação entre um atendimento e outro!
Sem a sua dedicação com o seu proprio desenvolvimento, nem mesmo o melhor psicólogo(a) que existe será suficiente. Isso porque você é a única pessoa que pode tomar as suas decisões e, por isso, é o responsável pela própria mudança – não há mudança sem mudar.
Se você faz uma hora da terapia por semana, ainda restam outras 167 horas entre um atendimento e outro que são por sua conta. Assim, considerar o que tem sido abordado nos atendimentos, durante a semana, é essencial para ter um bom resultado na psicoterapia.
Pergunte-se:
- Eu estou disposto(a) a mudar?
- Eu tenho tentado fazer aquilo que é proposto na terapia?
- Eu sinto que tenho levado a sério e dado prioridade para a terapia?
- Eu estou dizendo tudo que deveria estar falando para meu psicólogo(a)?
- Eu dou o tempo necessário para a mudança ou quero tudo para ontem?
É claro que isso não significa que o psicólogo(a) não tem responsabilidade sobre o resultado dos atendimentos. Por isso, verifique o tópico abaixo para saber identificar se seu psicólogo(a) tem cumprido com seu papel.
Como saber se o seu psicólogo(a) é bom para você?
Assim como todas as profissões, tem profissionais que são bons e outros que não são tão bons.
Alguns bons indicativos que você está indo em um bom psicólogo(a) para você é:
- Você se sente compreendido(a);
- Aquilo que é mais relevante para você está sendo abordado;
- Você sente que tem afinidade com ele(a);
- A forma de abordar aquilo que você traz é compatível com o seu jeito;
- O progresso que você está tendo é suficiente para você.
Caso você tenha dito “não” para um ou mais pontos acima, pense em conversar com seu psicólogo(a). Muitas vezes, aquilo que está faltando para sua terapia pode ser corrigido em um único atendimento.
Ainda, se você não teve sucesso com o seu/sua terapeuta, não desista de buscar ajuda. Assim como muitos outros serviços, não necessariamente você irá encontrar o profissional perfeito para você na primeira tentativa, mas um bom profissional vai fazer toda a diferença na sua vida.
O que são "abordagens psicológicas"?
Como o próprio nome já sugere, abordagens psicológicas são diferentes formas de compreender um acontecimento (comportamento, pensamento, sentimento) e de intervir sobre ele. Colocando de um jeito mais simples, uma “abordagem” é o jeito de olhar para um problema e resolvê-lo. Assim, diferentes abordagens têm diferentes formas de lidar com a mesma questão.
Por exemplo, se há um buraco na estrada eu posso:
- Compreender que a forma mais prática é colocar uma tábua para atravessar;
- Compreender que a forma mais segura é tapar o buraco;
- Compreender que a forma mais duradoura é analisar o que causa o buraco, o histórico de chuva e, então, refazer a estrada com outro material.
Não há um jeito “certo” de lidar com o buraco, mas sim diferentes formas de lidar com o buraco dependendo da sua necessidade. Se você está com pressa e só vai passar por essa estrada uma vez, então a forma mais prática parece ser a melhor. Se você quer passar mais vezes por essa estrada, talvez tapar o buraco seja mais interessante. Agora, se você pretende morar nessa rua, então refazer essa estrada pode ser a melhor resposta.
*[O exemplo acima não faz referências a nenhuma abordagem específica.]
Depressão e psicoterapia – informações técnicas
A depressão é uma condição bastante complexa. Por isso, simplesmente conhecer os sintomas ou utilizar protocolos prontos para tratá-la não é suficiente.
Para saber se o psicólogo(a) realmente conhece a complexidade da depressão, verifique se esse profissional:
- Dá atenção e trabalha na qualidade do seu sono;
- Busca diferenciar os seus sintomas (se é uma condição física ou se é algum outro transtorno);
- Promove a prática de atividade física e comportamentos que te tirem do isolamento
- Tem te colocado no caminho que você gostaria, sem ter que precisar esperar os sintomas reduzirem;
- Conhece os efeitos dos antidepressivos e sabe atuar de acordo com eles;
- Considera a interação entre diferentes condições na depressão, como dor, ansiedade e insônia.
Metade das pessoas respondem ao tratamento nos primeiros 2 meses – resultado muito parecido com a eficácia dos antidepressivos, mas sem os efeitos colaterais. Ainda, 75% das pessoas melhoram dos sintomas depressivos em até 6 meses de terapia.
Porém, MUITO CUIDADO! A eficácia de um tratamento psicológico não deveria ser medida desta forma. A psicoterapia não tem como principal objetivo diminuir os sintomas o mais rápido possivel, igual os medicamentos. O principal foco da psicoterapia é trabalhar com pensamentos, significados, sentimentos e comportamentos – mudanças que levam tempo, já que é necessário o comprometimento da própria pessoa para mudar. Ou seja, a terapia busca mudar aquilo que contribui para o desenvolvimento e permanência desses sintomas, como estilo de vida, crenças e atitudes.
Durante os atendimentos em psicoterapia, muitas coisas vão acontecendo na sua vida: términos de relacionamento, demissão, lutos, doenças, transtornos psiquiátricos, conflitos com familiares e amigos. Frequentemente, o psicólogo(a) tem que trabalhar todas essas questões para conseguir trabalhar, também, uma depressão. Por isso, a eficácia da terapia não é simplesmente diminuir sintomas, mas tudo aquilo que diz respeito a você: desde suas particularidades (personalidade, crenças e comportamentos) até sua familia, emprego e relacionamentos.
Ainda, essa não é uma mudança pontual, mas são compreensões e habilidades que duram uma vida. Muito mais importante que a eficácia, a terapia promove qualidade de vida e saúde mental.
Assim como descrito no tópico anterior, a psicoterapia lida com muitas outras questões para além dos sintomas da depressão. Em média, nos primeiros meses você já tem uma boa diminuição dos sintomas depressivos, e nos 6 primeiros meses você já deve ter um ótimo resultado.
Contudo, esse número pode variar muito de acordo com aquilo que a pessoa tem vivenciado e a severidade da depressão (leve, moderado ou grave). O mais importante é que, com a psicoterapia, você consegue prevenir o reaparecimento (recorrência) da depressão por trabalhar em outras áreas da sua vida – como pensamentos, atitudes, relações pessoais, autoestima, ansiedade etc.
Mas por que o tratamento leva esse tempo? Assim como a fisioterapia é um processo que não pode ser apressado, a psicoterapia é um tratamento que tem como objetivo a mudança – seja de percepção, pensamento ou comportamento – e, por isso, também precisa de tempo para que ela tenha o efeito terapêutico desejado.
Apesar de ser uma frase muito comum, principalmente daqueles que já fazem terapia, não seria correto afirmar que todo mundo também precisa fazer terapia. Assim como muitas pessoas conseguem se manter saudáveis sem ir ao nutricionista, ou conseguem manter a higiene da boca sem ir ao dentista, é possível manter a saúde mental sem ir ao psicólogo(a).
Porém, ainda tem uma consideração a ser feita: assim como as outras áreas citadas, ir a um bom psicólogo(a) não irá te fazer mal e, provavelmente, te fará muito bem. Por isso, apesar de não ser verdade que todo mundo precisa fazer terapia, todas as pessoas se beneficiariam em fazer terapia.
Mas e como fica para quem tem depressão? Esse caso também podemos recorrer as outras profissões. Se você está com dor de dente, você precisa ir ao dentista? se você tem sentido muita dor de ouvido, dor de cabeça ou dor no ombro, você precisa ir ao médico? Talvez a dor passe com o tempo, mas talvez a dor não passe e sua condição fique ainda mais dificil de ser tratada. O mesmo vale para quem tem depressão: tem casos que a depressão acaba passando dentro de alguns meses, e tem outros casos que a depressão pode durar muito tempo e o quadro ir piorando – muito por conta do Ciclo Vicioso da Depressão. Por isso, assim como nos casos de dor, o mais indicado a se fazer é buscar tratamento psicológico, para que esse sofrimento seja superado o mais rápido possível.
Referências
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