Psicologia da Depressão – como é ter depressão? #
A depressão pode ser compreendida como “estagnação em relação à vida, com pouca (ou sem) perspectiva de melhora”.
Essa estagnação ocorre porque algo está entre você e a vida que você gostaria de estar vivendo: pensamentos negativos sobre si e o futuro, sentimentos que paralisam ou te fazem recuar, situações desafiadoras, lembranças que deveriam ser esquecidas.
Como é ter depressão
Parece que enquanto esses pensamentos, sentimentos, situações e lembranças estiverem no seu caminho, você nunca vai sair de onde você está – mas você se sente impotente e acredita ser incapaz de lidar com o próprio sofrimento. Nada que você faz é suficiente, há um vazio que parece não ter fundo, uma desconexão com o mundo que te pergunta “mas pra quê fazer isso?”.
Sua insatisfação com sua própria incapacidade de fazer as coisas melhorarem faz com que você fique constantemente olhando para trás, com culpa e arrependimento das grandes frustrações do passado – o futuro que você queria, parece não ser mais possível.
Você não tem mais energia e não aguenta mais brigar consigo mesmo(a), com os pensamentos e sentimentos que te impedem de viver a sua vida. Você se isola porque o convívio social exige muito esforço – colocar uma máscara e fingir que está tudo bem é exaustivo.
Uma esmagadora ansiedade te acompanha, dizendo que o futuro é terrível e afirmando que você não vai dar conta – assim como você não tem dado. É como se você estivesse em uma areia movediça, preso(a). Quanto mais você tenta sair, mais você afunda.
Com o tempo, você deixa de tentar, você passa a funcionar no automático, não tem vontade de fazer mais nada. Os dias parecem ser iguais, sem cor, cinza. Sem esperança de escapar, você não quer mais nada – só que tudo isso acabe logo.
*essa é apenas uma descrição possível de um quadro depressivo.
[Se você quiser saber mais sobre a psicologia da depressão e como é possível sair disso, clique aqui]
Sinais e Sintomas #
A depressão não se manifesta somente através dos sintomas mais caraterísticos. Ela também aparece de forma mais sutil, por sinais e comportamentos que talvez você não saiba de onde vêm.
Abaixo, serão listados alguns importantes sintomas e sinais da depressão:
*Se você tiver ao menos 1 dos 3 primeiros sintomas, por mais de duas semanas, fique em alerta!
- *Humor deprimido – O seu normal é estar mais para baixo (comparado ao habitual), com a presença de um sentimento de vazio ou tristeza que não passa.
- *Perda de prazer ou interesse – Dificuldade em aproveitar atividades que antes você se interessava e trazia satisfação (como hobbies, atividades físicas e sexo).
- *Desesperança – Crença de que as coisas não vão melhorar e não há nada que se possa fazer para reverter essa situação. O futuro é péssimo e você é incapaz de alterá-lo.
- Inadequação – Culpa excessiva pela situação atual, autocrítica exagerada por não ser como antes ou por ser inútil/fracassado(a)/sem valor. Frases comuns são “eu não deveria ser assim” ou “eu não deveria me sentir assim”.
- Energia baixa – Você tem se sentido constantemente cansado(a) e sem energia, mesmo depois de dormir o suficiente, tendo dificuldade em realizar tarefas diárias.
- Concentração e cognição – Problemas para se concentrar (podendo resultar em esquecimentos), indecisão ou capacidade de raciocínio diminuída.
- Crises de choro – Em alguns momentos, você começa a chorar, mas sem saber o motivo. Ou você se sente mais sensível, chorando por qualquer coisa (diferente do seu normal).
- Isolamento – Você acaba se afastando do convívio social, se isolando, por 1) querer esconder o próprio sofrimento; 2) pela falta de prazer/interesse; ou 3) pela falta de energia em colocar uma máscara/personagem social (necessidade de agradar; receio do julgamento).
- Raiva e impaciência – Você tem se sentido com raiva, irritado(a) e sem paciência, causando conflitos com quem está por perto ou até reagindo exageradamente por coisas pequenas.
- Ansiedade – Preocupação constante com o que acontecerá no futuro e sentir-se estar sempre tenso(a). Você fica em alerta, como se um problema estivesse prestes a acontecer.
- Dores e desconfortos – Dores físicas inexplicáveis, como desconforto nas articulações, nas costas, nos membros ou no estômago, frequentemente levando a consultas médicas não relacionadas à saúde mental.
- Uso de substâncias – Uso de álcool e drogas como tentativa de enfrentar ou anestesiar o sofrimento, podendo mascarar sintomas depressivos ou até mesmo contribuir para a piora deles.
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Tratamento #
Para tratar uma pessoa com depressão, é necessário o tratamento psicológico e psiquiátrico.
O tratamento psiquiátrico é realizado por um médico(a) psiquiatra capaz de diagnosticar diversos adoecimentos mentais, tendo competência em diferenciar diversas patologias (da mente e do corpo), pedir exames e prescrever medicamentos que irão reduzir os sintomas que você vem sentindo, te ajudando a seguir com o tratamento e a sua vida.
Já o tratamento psicológico é realizado por um psicólogo(a), profissional capaz de diagnosticar e diferenciar diversos adoecimentos mentais, tendo competência em trabalhar com pensamentos, sentimentos e comportamentos que acabam produzindo e alimentando o seu sofrimento mental.
Por exemplo: acreditar ser incapaz/fracassado(a) e que não há mais o que fazer, sentimentos de ansiedade/tristeza/angústia, comportamento de evitar situações ou desistir.
Depressão de Alto Funcionamento #
Apesar de não ser um termo oficial, “depressão de alto funcionamento” é um termo utilizado para descrever uma pessoa com depressão que consegue ter uma vida funcional.
É uma pessoa que sorri, que está presente em socializações, consegue cumprir o serviço, cuida de pessoas à sua volta. Porém, tudo isso é feito com muito esforço. É uma pessoa que sorri por fora, mas chora por dentro. De fora, ninguém suspeita que ela está em sofrimento.
Essa depressão normalmente é uma Depressão leve, um Transtorno Depressivo Menor (termo não oficial que define a presença de sintomas depressivos, mas não o suficiente para o diagnóstico completo) ou o Transtorno Depressivo Persistente (uma depressão mais sutil, mas que tem longa duração).
Depressão que vai e volta (Recorrente) #
Alguns pacientes relatam que a depressão fica indo e voltando, igual uma “montanha russa”. Os motivos para a recorrência da depressão são:
- Transtorno depressivo persistente – Essa é uma depressão mais leve e constante, durando 2 anos ou mais, em que os sintomas podem aumentar bastante e diminuir. Essa diminuição dá a impressão de que a depressão foi embora.
- Tratamento psicológico genérico – Se o psicólogo(a) não atuou no Ciclo Vicioso da Depressão, a pessoa não sabe lidar com os aspectos fisiológicos, ambientais e psicológicos do Ciclo, ficando suscetível a outros episódios depressivos.
- Síndrome de descontinuação – O antidepressivo foi retirado rápido demais, fazendo com que aparecessem sintomas muito similares com os da depressão.
- Remissão parcial – Se após um tratamento ainda restarem alguns sintomas (sintomas residuais), as chances de novos episódios de depressão são maiores.
- Comorbidades – Outras condições, como ansiedade, dor crônica e insônia aumentam a probabilidade de episódios depressivos.
- Bipolaridade – Neste transtorno, ocorrem recorrentes episódios depressivos, bem como períodos de “alta” (mania).
- Outras condições – Combinações de sintomas de outros transtornos e condições podem simular uma depressão.
- Efeito Kindling – Por uma questão neurológica, quanto mais episódios depressivos a pessoa tem, maior é a chance de ela ter outros episódios. É como se o cérebro aprendesse e ficasse “muito bom” em ter depressão.
Preconceito e Estigma #
Falar sobre saúde mental ainda é um tabu, apesar do assunto estar sendo normalizado cada vez mais. Alguns enxergam o adoecimento mental como se fosse uma fraqueza, frescura ou motivo de vergonha.
Porém, é literalmente vital compreender que um transtorno da mente é tão real quanto um braço quebrado ou a infecção de um vírus – a diferença é que nós ainda não temos a tecnologia necessária para compreender o que é a mente, o que torna tudo mais complexo.
Seria fraqueza uma pessoa com a perna quebrada não conseguir jogar bola? É frescura uma pessoa com diabetes tomar insulina? Seria motivo de vergonha uma pessoa ter câncer e fazer quimioterapia? Pois bem, então ter depressão, tomar antidepressivo e fazer terapia também não é. Ninguém escolhe ter depressão.
Pessoas que buscam terapia normalmente são as mais fortes. É justamente porque elas suportaram tanto, que agora elas não aguentam mais.
Causas da Depressão #
A depressão não tem uma só causa, ela é o resultado de diversos fatores. Isso significa que um ou outro fator, isoladamente, pode não ser suficiente para provocar uma depressão. Os principais são:
Por incrível que pareça, ter menos serotonina não tem nenhuma relação direta com a causa da depressão. Aumentar os neurotransmissores ajudará indiretamente na proteção de certas regiões do cérebro e produzirá alguns efeitos desejados (como maior disposição e diminuição de sintomas ansiosos).
Situações estressantes (estresse diário, traumas e eventos impactantes) fazem com que seu corpo libere um hormônio chamado cortisol. Quando você está constantemente ansioso(a) e estressado(a), áreas do cérebro responsáveis pela regulação emocional, controle comportamental e a sensação de recompensa/prazer são prejudicadas pelo excesso de cortisol.
Relacionado ao estresse e ansiedade, perturbações no sono (como a insônia) estão intimamente relacionadas com o desenvolvimento de sintomas depressivos.
A pessoa acredita ser incapaz/fracassada/insuficiente para lidar com aquilo que está entre ela e a vida que ela gostaria de ter: pensamentos, sentimentos e situações. Por conta dessa crença de incapacidade e fracasso, o mundo é compreendido como sendo hostil, repleto de desafios insuperáveis e insuportáveis, e o futuro é visto como sendo terrível e sem esperança de melhora – resultando em ansiedade, estresse e estagnação.
Apesar de não ter um gene específico que cause depressão, estima-se que se um membro da família de primeiro grau já tiver apresentado o transtorno, a chance de você ter depressão é de 2 a 4 vezes maior. Ainda, acredita-se que há um componente genético por trás da quantidade de estresse que uma pessoa é capaz de suportar até desenvolver depressão.
[Se você quiser saber mais a fundo sobre esses e outros fatores, clique aqui]
Ciclo Vicioso da Depressão #
Resumidamente: Quando uma pessoa está constantemente exposta a eventos estressantes, áreas do cérebro responsáveis pela regulação emocional e reconhecimento do prazer são prejudicadas, aumentando a quantidade de pensamentos e sensações negativas.
Pessoas que acreditam ser incapazes, fracassadas e que dão mais importância ao negativo (pessimismo), tendem a fracassar ou ter mais dificuldade em lidar com seus desafios pessoais – fazendo com que elas sintam cada vez mais ansiedade e estresse.
Portanto, o estresse constante acaba dificultando o gerenciamento de emoções e pensamentos, o que reforça o pessimismo e a crença de incapacidade – contribuindo ainda mais para o fracasso em lidar com seus problemas, gerando ainda mais estresse e ansiedade, resultando em estagnação e desesperança a longo prazo.
Perceba que o ciclo é uma relação entre fatores fisiológicos (cortisol, alterações no cérebro), psicológicos (interpretação das situações, do futuro e de si) e as consequências disso (fracasso, pessimismo, mais estresse, desesperança). Por isso, todo tratamento psicológico deve considerar essa interação.
Complexidade da Depressão #
Apesar da depressão ser relativamente comum, ela está muito longe de ser simples – ao contrário do que muitas pessoas (e profissionais!) pensam.
Na verdade, a depressão é um dos transtornos mais complexos que existem, sendo necessário conhecimento profissional aprofundado para um tratamento de excelência – ou seja, a maioria dos psicólogos(as) não sabem, realmente, tratar depressão. Mas, por quê?
Isso quer dizer que você encontra os mesmos sintomas em diversas outras condições. Por isso, pode ser muito complicado diferenciar o que é ou não é depressão, fazendo com que você trate algo fisiológico (como hipotireoidismo ou anemia) como se fosse psicológico.
Ainda, algumas condições, como a bipolaridade, são especialmente difíceis de fazer essa diferenciação, sendo bastante perigoso um profissional tentar tratar uma pessoa deprimida sem conhecer as diferenças entre depressão bipolar e unipolar (“comum”).
A depressão se desenvolve a partir da interação entre fatores fisiológicos, genéticos, sociais/ambientais e psicológicos que interagem entre si e acabam resultando em altos graus de pessimismo, ansiedadee desesperança – o Ciclo Vicioso da Depressão.
Conhecer e saber atuar em cada um desses fatores é fundamental para que o tratamento realmente tenha resultado e a depressão não fique voltando de tempos em tempos (recorrência).
Frequentemente, a depressão está acompanhada de outro transtorno ou condição, o que torna a situação muito mais complexa. Por exemplo: a depressão aumenta a intensidade da dor que uma pessoa sente; uma dor crônica aumenta as chances de depressão. A ansiedade piora a depressão, e a depressão pode gerar mais ansiedade. A ansiedade aumenta a intensidade da dor e causa insônia; insônia e dor aumentam as chances de depressão.
Não identificar as diferentes interações na depressão e não saber o que tratar primeiro pode fazer com que a sua depressão não tenha fim.
[Para saber sobre o tratamento da depressão, dor, ansiedade, insônia e traumas, clique aqui]
Efeitos desejados e indesejados podem “imitar” sintomas depressivos ou produzir novos sintomas, aumentando a complexidade do tratamento e a necessidade de um conhecimento aprofundado sobre o tema. Por exemplo, ansiedade, apatia ou insônia podem ser efeitos provocados pelo uso de antidepressivos.
Tratar o efeito de um medicamento como se fosse psicológico pode ser um grande gasto de tempo e esforço.
Por se tratar de um transtorno do humor, a depressão é diferente do sentimento de tristeza ou daqueles dias amenos e melancólicos.
O humor é um estado contínuo, que demora mais para ser alterado e normalmente não está diretamente relacionado com um acontecimento em particular. Já a tristeza é um sentimento, que não tem uma duração tão prolongada, estando relacionada a um evento específico.
Uma metáfora útil é a do humor como se fosse o clima de uma região e o sentimento como se fosse o tempo: por mais que possa ocorrer variações no tempo (ventos, chuvas, sol) no Nordeste, o clima continuará o mesmo – nunca será o mesmo clima do polo norte. Por isso, na depressão é possível uma variação no tempo (alegria, tristeza, raiva etc.), mas todos eles estarão no mesmo clima (humor deprimido).
É importante compreender duas coisas: 1) humor deprimido não é a mesma coisa que depressão. A depressão é um adoecimento mental específico que conta com diversos outros sintomas e critérios para ser diagnosticada; 2) não é necessário humor deprimido para ter o diagnóstico de depressão, sendo possível uma “depressão sem tristeza”.
Duração #
A duração de um episódio de depressão pode variar bastante, sendo que 30% dos casos duram até 3 meses, e 58% duram mais de 6 meses. A diferença entre uma pessoa e outra (história de vida, genética, cultura, psicologia) torna a previsão da duração bastante incerta e ampla. Ainda, há depressões que perduram por um longo tempo, como o Transtorno Depressivo Persistente, durando 2 anos ou mais.
Quando buscar ajuda? #
Considerando que a depressão pode durar meses ou até anos e, ainda, quanto mais episódios depressivos uma pessoa tem, maior é a chance de ela ter outros episódios, o tratamento para depressão é muito recomendado em qualquer caso.
Se você tem apresentado sintomas de perda de prazer/interesse, desesperança ou humor deprimido nas últimas semanas, busque ajuda profissional. Ainda, se você se encontra em uma situação estressante (trauma, dependência emocional, trabalho, muita ansiedade etc.), considere buscar um psicólogo(a) antes que a situação se torne mais complexa.
Lembre-se: É mais fácil prevenir a depressão do que tratá-la!
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